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FOTO: Acervo do Flamengo |
O Flamengo abrirá nesta quinta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Maracanã, a semifinal da Copa Sul-Americana diante do Junior Barranquilla, da Colômbia. Se passar pela equipe colombiana e avançar à decisão, o clube carioca terá a oportunidade de quebrar um jejum de 18 anos sem títulos internacionais. A última taça levantada foi a da Copa Mercosul de 1999, competição criada no ano anterior para substituir a Supercopa (que reunia todos os clubes campeões da Libertadores) e que durou até 2001. A partir de 2002, a Sul-Americana se consolidou como o segundo torneio do continente.
Nesse período, o clube carioca só flertou com outra conquista na Mercosul de 2001, quando foi vice-campeão ao ser derrotado, nos pênaltis, pelo San Lorenzo. Aquela final ficou marcada pelo adiamento causado pelo estádio de sítio na Argentina, no panelaço de 19 de dezembro contra o corralito (o confisco bancário), que provocou a renúncia do presidente Fernando De la Rúa. Na Libertadores, foram sete tentativas desastrosas, com quatro desclassificações na fase de grupos (2002, 2012, 2014 e 2017), duas nas oitavas (2007 e 2008) e a mais próxima, ainda longe, nas quartas (2010, com a dupla “Império do amor”, Adriano e Vágner Love).
Voltando a 1999, a conquista do Flamengo foi tortuosa, numa disputa em paralelo com o Brasileirão (má campanha, apenas o 12º colocado). A classificação para as oitavas só veio na última rodada, conquistando uma vaga entre os três melhores segundos colocados. Era preciso fazer saldo de gols e a equipe, que tinha apenas duas vitórias em cinco jogos, desencantou: 7 a 0 no Universidad do Chile, quatro de Romário. O Baixinho, aliás, foi o artilheiro do campeonato, com oito gols, mesmo tendo ficado fora a partir das semifinais.
Depois da fase de grupos vacilante, o time rubro-negro deslanchou. Bateu o Independiente nas quartas, com empate na Argentina (1 a 1) e goleada no Maracanã (4 a 0). Na semifinal, venceu o Peñarol em casa (3 a 0) e perdeu no Uruguai (2 a 3). E foi acuado bem antes dos palmeirenses, envolvidos em confusão em 2017. Os flamenguistas experimentaram a hostilidade dos alvinegros, sendo agredidos após ao comemorarem a classificação.
Na decisão, o Flamengo encontrou o Palmeiras ainda remoendo a derrota para o Manchester United, na final do Mundial Interclubes, em Tóquio. Oportunidade para vingar a desclassificação nas quartas da Copa do Brasil daquele ano, quando os alviverdes aplicaram uma virada histórica (4 a 2). Pois foi também de virada que o Flamengo venceu o jogo de ida (4 a 3), com dois gols de Caio Ribeiro (ele mesmo, o comentarista da TV Globo).
Na volta, o campeão da Libertadores abriu o placar e parecia que iria impor a superioridade de seu elenco. Mas o técnico Carlinhos, comandante dos títulos brasileiros de 1987 e 1992, repetiu mais uma vez a fórmula “craque o Flamengo faz em casa”. Apostou no zagueiro Juan, no lateral Athirson, no meia Rodrigo Mendes e no atacante Reinaldo ao lado dos veteranos: o goleiro Clemer, o zagueiro Célio Silva e o volante Leandro Ávila. E principalmente no meia Lê, que entrou aos trinta do segundo tempo para fazer o gol do título, selando o suficiente empate em 3 a 3.
Sem o Peixe
Romário fora desligado do clube depois de uma noitada polêmica em Caxias do Sul, após derrota por 3 a 1 para o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro. Apesar de vários jogadores envolvidos, somente o astro sucumbiu. Dois dias após o Flamengo conquistar a Mercosul, o Baixinho estreava pelo rival Vasco, em amistoso preparatório para o primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa.
Campanha do título: 14 jogos, 6 vitórias, 3 empates, 3 derrotas, 33 gols marcados, 18 sofridos.
Time-base: Clemer; Maurinho (Pimentel), Célio Silva, Juan e Athirson; Leandro Ávila, Marcelo Rosa, Fábio Baiano (Iranildo) e Léo Inácio (Rodrigo Mendes); Caio e Romário (Leandro Machado). Técnico: Carlinhos.
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