Muito se falou na espanholização do futebol brasileiro com Corinthians e Flamengo recebendo da Globo uma parcela maior pelos direitos de TV. Mas se existe hoje essa espanholização, o motivo e os clubes são outros. Estudo divulgado ontem pelo Itaú BBA revela que Palmeiras e Flamengo juntos têm 36% da verba que os 27 maiores clubes do país dispõem em sobras de caixa para negociar reforços e reduzir suas dívidas. São R$ 291 milhões em um total de R$ 815 milhões, uma proporção espantosa. “Isso não deve-se ao dinheiro das cotas de TV e sim à gestão desses dois clubes”, analisa César Grafietti, superintendente de crédito do banco e coordenador do estudo.
O equilíbrio financeiro, a competência na negociação de patrocínios, a profissionalização dos departamentos de futebol e ações eficientes de valorização das marcas são pontos fundamentais que levaram Palmeiras e Flamengo a chegar a estes números. Por outro lado, a responsabilidade dos dirigentes, ano após ano, só aumenta: explicar maus resultados dentro de campo, contratações equivocadas e, principalmente, a ausência de títulos relevantes que reflitam a superioridade econômica não será, ainda mais daqui para a frente, tarefa das mais fáceis. Afinal, com todas as razões que a razão possa ter, é sempre a emoção, a paixão e o desejo de vencer que alimentam o torcedor e movem o futebol.
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