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Copa do Mundo FIFA de 1934

A Copa do Mundo de 1934 foi a primeira na qual os países tiveram que se classificar na disputa das Eliminatórias para poder participar. O número de nações participantes desta vez dobrou em relação à edição anterior, sendo que 70% das 32 nações eram do continente Europeu.
O Mundial de 1934 como o de 1938 teve interesses políticos em jogo: o regime fascista subjugava a Itália, e o ditador Benito Mussolini planejou transformar o evento numa espécie de propaganda pró-regime. A influência indiscutível de Mussolini se impôs em diversos aspectos, como por exemplo a escolha pré-determinada de árbitros "suspeitos" nas partidas da anfitriã Itália. O sueco Ivan Eklind, que apitou a semifinal e a final, teria se encontrado com Mussolini antes das partidas. Misteriosamente, decisões polêmicas foram tomadas, sempre em favor da Itália ( expulsões e gols anulados de adversário.) Alguns árbitros influenciaram tanto nos resultados da Itália que foram expulsos por suas pátrias após o torneio, caso do suíço René Mercet e do belga Louis Baert.
Duas peculiaridades marcaram a Copa do Mundo de 1934: O defensor do título, Uruguai, recusou o convite para participar, num boicote aos europeus por terem ignorado a edição anterior, em 1930 (Apenas 4 seleções européias participaram do torneio: Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia), tornando-se assim o único defensor de título que não competiu no torneio seguinte. Além disso, a anfitriã Itália teve que passar pelas Eliminatórias, na única ocasião em que um país-sede precisou disputar.

Eliminatórias.

O modelo do mundial aconteceu em estilo "mata-mata", composto por 5 fases com os confrontos das oitavas definidos por sorteio: Oitavas, Quartas, Semifinal, Disputa do 3º Lugar (ausente em 1930) e Final. Participaram doze seleções européias: Áustria, Tchecoslováquia, Alemanha, Hungria, Itália, Espanha, Suécia, Suíça, França, Romênia, Bélgica e Holanda; Duas sul-americanas: Brasil e Argentina; Uma norte-centro-americana: Estados Unidos e uma africana: Egito.
A maior goleada da Copa ocorreu logo na primeira fase, Itália 7x1 Estados Unidos. O Brasil, outra vez desfalcado devido às eternas brigas entre cariocas e paulistas, deu vexame: Perdeu por 3 x 1 da Espanha e voltou para casa. Outra decepção foi a Argentina, vice-campeã do mundo, que foi eliminada pela Suécia por 3 x 2. As grandes forças Mundial de 1934 eram a Itália, a Espanha, a Hungria e a Tchecoslováquia.
O primeiro jogo-desempate da história das Copas foi entre Itália e Espanha. No primeiro jogo, empate em 1 x 1 após a prorrogação (neste tempo ainda não havia disputa por pênaltis). No desempate, deu Itália: 1 x 0. Nas semifinais, em Milão a Itália venceu a Áustria por 1x0 e em Roma a Tchecoslováquia bateu a Alemanha por 3 x 1. Na Disputa pelo 3º lugar a Alemanha venceu a Áustria por 3x2.
A final foi disputada no Estádio Olímpico de Roma, sob presença do imponente Mussolini e de outros 50 mil espectadores. A Itália empatou o jogo com a Tchecoslováquia no tempo normal, e na prorrogação Angelo Schiavio fez o gol do título italiano: 2x1.

Eliminatórias para a Copa de 1934

A Suécia se retirou da disputa de sediar a segunda Copa do Mundo misteriosamente. 34 países solicitaram a participação devido ao sucesso da primeira edição. A Itália sediou uma copa praticamente européia. Apenas três das 16 seleções eram americanas e nenhuma delas ficou entre os oito primeiros. O Uruguai, que era o atual campeão, recusou-se a participar da Copa de 1934 em represália ao boicote europeu na edição anterior. Diversas seleções americanas decidiram não enviar suas seleções para a primeira Copa na Europa.

Vencedor






Curiosidades



O jogador Luis Monti, campeão pela Itália, é o mesmo Monti que ficou com o vice-campeonato pela Argentina quatro anos antes. Descendente de italianos, ele foi para a Europa a convite de Mussolini, que queria reforçar a Azzurra com sul-americanos filhos de italianos. Pelo mesmo motivo, o ex-corintiano Filó também defendeu a seleção italiana, usando seu sobrenome Guarisi. Com isso, ele se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial de futebol. Além de Monti e Guarisi, a seleção italiana contava com os naturalizados Enrique Guaita, Raimundo Orsi e Attilio Demaría, ambos argentinos. Demaría, como Monti, também defendera a Argentina em 1930, mas em ambas as Copas não chegou a jogar nas finais.
Apesar de ser sede do Mundial, a Itália teve de disputar as Eliminatórias. Venceu a Grécia por 4 x 0 em Milão.
A Palestina disputou as Eliminatórias. Na época, Israel ainda não havia sido criado e a Palestina era uma nação de árabes e judeus. Porém, apenas os judeus integraram a seleção que foi desclassificada pelo Egito.
Como o Brasil, a Argentina também foi para a Itália com uma seleção fraca. Os grandes clubes do país haviam se profissionalizado e criado uma liga não-reconhecida pela FIFA. Assim, os platinos foram representados por jogadores amadores, vindo de clubes como Dock Sud, Sarmiento, Defensores de Belgrano e Desamparados.
Como na edição anterior em 1930, todos os vencedores de jogos eliminatórios foram conhecidos nos 90 minutos regulamentares, foi nessa Copa que ocorreu a primeira prorrogação da história. No jogo Áustria e França nas oitavas-de-final, houve empate em 1-1 após os 90 minutos. Na prorrogação a Áustria chegou a fazer 3-1. A França diminuiu, e apertou o time austríaco até o fim da prorrogação sem conseguir o empate. Resultado: 3-2 para a Áustria, que foi para as quartas-de-final.
Nesta Copa também ocorreu o primeiro jogo desempate da história das Copas. Itália e Espanha empataram em 1-1 após a prorrogação. Dois dias depois, as duas equipes vieram a campo com desfalques. Principalmente a Espanha, que não pôde contar com o goleiro e capitão Ricardo Zamora, que, de tanto apanhar no primeiro jogo, não teve como jogar o desempate. Resultado: 1-0 para os italianos, que foram às semifinais.
Na disputa do 3º lugar entre Alemanha e Áustria, as seleções não haviam levado jogo de uniformes reserva (ambas equipes eram alvinegras). Os austríacos, então, usaram a camisa do Napoli.
Waldemar de Brito, brasileiro que perdeu o pênalti contra a Espanha, foi o responsável por descobrir Pelé no Bauru Atlético Clube e levá-lo ao Santos Futebol Clube em 1956.
O Uruguai, campeão da edição anterior, não defendeu seu título por ressentimento dos europeus, que não haviam prestigiado a Copa de 1930.

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