Eurico Miranda na coletiva de imprensa ataca Roberto Dinamite, mas assume culpa pelo terceiro rebaixamento do Vasco da Gama
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Eurico fala após o terceiro rebaixamento do Vasco |
Logos após o vexame, com o terceiro rebaixamento em oito anos, o mandatário Eurico Miranda vem a público falar pela primeira vez.
Na entrevista, Eurico assume toda
a culpa pelo rebaixamento, fala sobre os restos mortais que encontrou quando reassumiu
o Vasco e fala também sobre a permanência da comissão técnica e dos jogadores.
Eurico Miranda falando:
"Fiz questão de fazer esse
pronunciamento sozinho apesar de todos os meus vices estarem aqui. Primeira
coisa que quero falar para que não fique nenhuma dúvida porque tenho que fazer
considerações. O único e exclusivo responsável pelo rebaixamento do Vasco sou
eu."
Sobre o legado do rebaixamento:
"É uma mancha irreparável no
meu currículo e 50 anos de Vasco. Eu esperava não ter que passar por essa
situação, mas quero fazer agora algumas considerações”.
O Vasco estava em pedaços quando eu reassumi:
"Em primeiro lugar:
encontrei o Vasco em um quadro que podemos classificar de terra arrasada. Eu
achei quando eu assumi que era uma situação difícil, mas muito mais difícil foi
o quadro que eu encontrei."
Eurico fala sobre a parte de Dinamite neste rebaixamento:
"Encontrei uma situação em
que de imediato esse cidadão que passou aqui chamado Roberto Dinamite passou
sete anos no Vasco e não recolheu um centavo de imposto, um centavo de fundo de
garantia e me deixou, fora outras situações, mas basicamente essas, me deixou
ao assumir com três meses de salário atrasado, entre jogadores e
funcionários"
As dívidas deixadas:
"A primeira coisa que tive que
fazer foi pagar R$ 14 milhões de dívidas com a Receita. É evidente que esse
tipo de coisa, quando planejamos e que é o que todo mundo quer, que é um time
de futebol, não havia a menor condição de a gente sem regularizar isso, poder
fazer os investimentos que seriam necessários".
Sobre a dívida da conta d’água:
"Depois, ao regularizar, se
isso tudo tivesse resolvido os nossos problemas para que pudéssemos nos focar
no futebol, no investimento do futebol, começamos a ter inúmeras surpresas.
Surpresas que apareciam, como débitos. Vou citar um. Tive que parcelar R$ 10
milhões de água. Foi uma terra arrasada que se encontrou aqui".
Sobre as contas atuais do clube:
"E eu, vendo, como sempre
vou ver, até o dia da minha morte, a instituição como principal, tive que
regularizar isso. Hoje posso dizer que o Vasco tem sua situação fiscal
plenamente regularizada, impostos recolhidos normalmente, fundo de garantia
normalmente e os salários estão rigorosamente em dia. Não só os jogadores, mas
todos"
Os salários em dia:
"E porque foi feito isso?
Foi feito porque aprovam leis no país e não as aplicam. Tem uma lei que diz que
você para disputar uma competição tem que ter salários em dia e impostos em
dia. Alguns podem cuidar de outra coisa, não tem consequência. Nós tivemos essa
obrigatoriedade."
O Vasco foi prejudicado pela arbitragem:
"Se mais não fosse, pode ser
que tenham tido clubes prejudicados, mas ninguém foi mais prejudicado por
arbitragem do que o Vasco. Até no último jogo teve um pênalti que não foi
duvidoso, pois todos disseram que foi pênalti, mas que não foi marcado."
Sobre a permanência da comissão técnica e os jogadores:
"Jorginho e o Zinho
permanecem, já foi dito a eles. Cada caso de jogadores vai ser analisado. Os
que terminam contrato será analisado para saber se será renovado ou não. E os
que não tem, permanecem"
O culpado do rebaixamento:
"Quero deixar absolutamente
claro, que não passo a responsabilidade da queda do Vasco a ninguém. É minha.
Só estou dando apenas algumas considerações porque tenho o dever com a
instituição, muito mais do que o dever com a torcida do Vasco ou com qualquer
um, meu dever maior será sempre com a instituição"
"Dito isso, quero deixar
claro que quando atribuo única e exclusivamente a mim é que aqueles que, apesar
de eu ter dado todas as condições, a demonstração e jogadores e comissão
técnica me deixou absolutamente satisfeito. E não quero que eles tenham nenhuma
parcela de responsabilidade e culpa"
SOBRE CELSO ROTH:
"Não jogo responsabilidade
para os outros e não considero erros. Isso é querer colocar culpa em A, B, C ou
D. Foi contratado, considero de primeira linha, e não deu certo conosco.
Contratamos o Doriva, acho que deu certo, ganhou a primeira competição, e
depois não conseguiu"
Sobre os destaques do Vasco: Martin Silva e Nenê:
"Martin é jogador do Vasco,
Nenê é jogador do Vasco. São jogadores sob contrato. É evidente que o jogador
só continua querendo continuar, agora são vinculados ao Vasco. Para sair, precisam
ser liberados. Mas não tenho interesse em liberar."
Como fará para mantê-los? O Vasco terá uma possível queda na receita.
"Não preciso estar
preparado. Simplesmente libero ou não libero. Quando digo que eles têm
contrato, depende da liberação. E quanto ao problema de queda de receita, não
estou preocupado. Administrei durante um ano sem receita."
"Quando falei aqui numa das
minhas frases que era um milagre vascaíno é que todas as receitas quando assumi
estavam absolutamente comprometidas. Não estou preocupado com possível queda de
receita ou não"
SOBRE PAULO ANGIONI:
"Não sei, hoje ele está no
Vasco, mas não sei. Agora, o comando do futebol é meu e do Zé Luis
Moreira."
SOBRE SAÍDA DE NENÊ:
"Para o Brasil, nenhuma
chance. Mas para fora, se for interessante, podemos ver"
PARCELAS DA CAIXA:
"Claro que não, para que vou
te falar se é uma questão minha. É diferente, eu não quero receber e vou dizer
logo: não quero receber porque não vou dar dinheiro para vagabundo. Eu não vou
dar dinheiro para vagabundos que espoliaram o Vasco. Eles vão penar para
receber"
Possíveis contratações:
"Contratações não tem nada,
nada foi conversado. E aqui não muda nada. Quando tiver notícia que normalmente
é implantada, ou por empresário, ou por quem gosta, não embarca, porque não
deve acontecer"
"Elenco eu já disse no
início que muitos estão terminando contrato e não devem renovar o que deve
acontecer com a grande maioria. Hoje terminei com 43 jogadores no elenco. É um
problema para qualquer treinador, mas uma série de coisas foram herdadas."
"Não quero falar, porque
isso não influenciou e nem influencia nada. Eles que continuem com a postura
que acham que devem ter"
SIBÉRIA:
"Morar na Sibéria eu disse é
que se o Vasco caísse eu ia para ficar longe. Acho que se não fossem as razões
que viessem a acontecer, se não tivesse a minha significância pessoal, não precisava
ir para a Sibéria. Tem uns que devem estar tristes, mas alguns gostariam de ir
comigo."
Por: Luiz Otávio Oliveira
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