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Cruyff no Ajax da Holanda / Foto: Internet |
“O revolucionário e sua totalidade”
No dia 25 de abril de 1947 em Amsterdam, nascia Hendrik Johannes "Johan" Cruyff o
gênio que faria uma revolução no futebol. Cruyff foi um boleiro e treinador dos
Países Baixos, considerado como o melhor futebolista neerlandês de todos os
tempos.
Seu sobrenome é originalmente grafado, na língua neerlandesa,
como "Cruijff", sendo mais popularmente escrito como
"Cruyff" no exterior.
Se, hoje, existem no futebol, jogadores considerados
polivalentes e que atuam sem guardar posição (posição fixa) no campo, sem prejudicar
as atuações individuais, muito se deve a este genial craque e não menos a seu
treinador no Ajax, Barcelona e na Seleção Holandesa, Rinus Michels. E após 40
anos após a Copa do Mundo de 1974, os Países Baixos, desfrutam da última
revolução tática na história do futebol e serão para sempre lembrados como
sinônimos do chamado futebol total, o qual os jogadores de linha sentiam-se
à vontade ao desempenhar todas as posições.
E hoje, dia 24 de março de 2016, perdemos o mentor
da revolução. Com um legado magistral, Cruyff já deixa saudades. Será que
levaremos mais 69 anos para que uma mãe dê a luz a outro gênio do futebol?
“O Craque Total”
Sonhe que em um lindo dia você folheasse o jornal
e se deparasse com a notícia de que o jogador com maior inteligência tática e
técnica de toda a história do futebol decidisse se tornar treinador. Seria o
técnico perfeito, certo? Bem, ele chegou bem perto disso. Muito perto. Após se
aposentar dos gramados consagrado como gênio, ídolo e símbolo máximo do melhor
Ajax e da melhor Holanda de todos os tempos, Johan Cruyff, o “craque total”,
decidiu aplicar tudo o que havia aprendido em mais de 20 anos como jogador
profissional nas pranchetas.
Seu início, como não poderia deixar de ser, foi
no mesmo clube que ele ajudou a engrandecer: o Ajax. Por lá, mostrou que
categoria de base era coisa séria e plantou a semente do que viria a ser, anos
depois, o segundo melhor time do clube na história – o esquadrão campeão
mundial e da Europa em 1995. Depois de alguns anos (e títulos) em Amsterdã,
Cruyff seguiu o mesmo caminho dos tempos de atleta e foi para o Barcelona. Por
lá, ele fez questão de realizar a obra de sua vida, seu best seller,
sua magnitude como profissional do esporte.
Durante oito anos, Cruyff transformou para sempre
o FC Barcelona e fez valer como nunca a marcante frase “mais que um clube”
tão difundida com o tempo. Na Catalunha, o holandês transformou as categorias
de base, fez o clube incorporar à sua filosofia futebolística o futebol
ofensivo e a troca de passes de ampla qualidade e, claro, levou o Barça
a títulos inesquecíveis, marcantes e inéditos. Entre 1991 e 1994, o clube
dominou a Espanha, chegou ao topo da Europa e só não foi o maior do planeta
porque topou com uma “Ferrari tricolor”. Ele fez aquele timaço jogar sempre no
ataque com o intuito de divertir tanto o público como os próprios jogadores.
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Cruyff no Barcelona - Espanha / Foto: Internet |
O futebol era o oxigênio de Cruyff, como ele
sempre disse, e ele se divertia praticando ou comandando onze atletas dentro de
campo. Uma pena que problemas de saúde tenham abreviado sua carreira, que foi
curta, porém marcante e que o colocou para sempre no rol dos maiores técnicos
que o futebol já teve. Um homem que sempre quis ver futebol bonito, jogadores
aplicados taticamente e que nunca hesitou em topar de frente com qualquer
estrela, fosse ela do naipe de Stoichkov, Laudrup ou Romário.
“A Infância do Gênio”
Criado
desde garoto no Ajax, onde sua mãe era lavadeira, Cruyff virou futebolista por
recomendações médicas, para que o esporte pudesse lhe ajudar a combater uma má
formação nas pernas que o obrigava a utilizar aparelhos ortopédicos. Com o
tempo, Cruyff se tornou um prodígio, superou o problema físico e o que mais fez
na carreira foi, ironicamente, correr, correr e correr por todo o campo.
“Ao
Mestre com Carinho”
Tricampeão
europeu, multicampeão nacional e campeão mundial pelo Ajax, o craque venceu
inúmeros prêmios individuais, foi líder da Holanda na Copa de 1974 e se mudou
para o Barcelona-ESP, onde também teve a companhia do técnico que foi fundamental
para seu crescimento tático: Rinus Michels. A dupla fez história no Barça
conquistou títulos, e Cruyff ganhou a simpatia de todos na Catalunha para
depois passar por clubes dos EUA e encerrar a carreira no Feyenoord, em 1984.
“Cruyff
não Escondeu as Palavras”
Ex-jogador e ex-treinador do Barcelona, o
holandês Johan Cruyff concedeu entrevista ao jornal francês
"L'Équipe" na qual comentou a fase atual da equipe catalã e recordou
histórias do tempo em que dirigiu o time, de 1988 e 1996. Nesse período
comandou vários grandes jogadores como Romário e Josep Guardiola.
Perguntado pelas boas lembranças da época como
treinador do Barça, o holandês evocou uma relação muito especial com o
'Baixinho'.
Cruyff
- Uma vez, ele veio me perguntar se poderia faltar a dois dias de treinos para
voltar ao Brasil. Deveria ser carnaval no Rio de Janeiro. Eu respondi: 'se você
fizer dois gols amanhã, te dou dois dias a mais de descanso que o restante da
equipe'. No dia seguinte, ele marcou seu segundo gol com 20 minutos de jogo e
imediatamente fez um gesto para mim pedindo para sair - relatou ao suplemento
semanal do "L'Équipe".
Cruyff
- Ele me disse: 'Treinador, meu avião sai em menos de uma hora' - completou
Cruyff, que deixou que o atacante viajasse por ter cumprido a promessa.
O ídolo holandês afirmou também que alguns
jogadores que atuaram pelo Barça, como os meias Xavi e Iniesta, e o próprio
técnico Josep Guardiola não teriam conseguido desenvolver a carreira em outro
clube devido ao porte físico.
Cruyff - Alguém
teria dito a eles, inclusive antes da idade adulta: 'vocês não são suficientemente
grandes e fortes para se transformarem em jogadores'. Nem sequer teriam tido a
possibilidade de participar - opinou.
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Cruyff na seleção da Holanda / Foto: Internet |
Por: Luiz Otávio
Oliveira
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