Apesar da predominância dos militares no comando da ação que depôs o presidente João Goulart, o golpe de 1964 só foi possível graças à participação da sociedade civil: donos de veículos de comunicação, empresários, setores conservadores da Igreja, o governo dos Estados Unidos, entre outros. Embora Jango tivesse altos índices de aprovação como presidente, sofria, desde que assumiu o comando do País, uma campanha massiva de desestabilização em rádios, TVs e mídia impressa. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que levou cerca de 200 mil às ruas de São Paulo contra Jango, mostrava que a estratégia de “ameaça comunista” estava dando certo. Um dos principais articuladores da parte civil do golpe foi o banqueiro e então governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, junto ao general Castello Branco, então comandante supremo do Exército Nacional. Dez dias antes da queda de Jango, Castello Branco fez um levantamento entre os quartéis em busca de adesões a uma possível ação de resistênci...
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