A Polícia Federal (PF) chegou ao chefe do correios no Rio através de várias investigações sobre fraudes milionárias no plano de saúde do Correios, o diretor Omar de Assis Moreira. De acordo com a revista “Veja”, uma testemunha do caso que não quis ser identificada teria contado à PF que o esquema começou em 2011, ano em que Omar assumiu o cargo. A testemunha aponta, segundo a revista, a participação do diretor, de dois assessores seus e de um funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) nas fraudes.
Segundo a “Veja”, inicialmente, o esquema envolvia três hospitais credenciados ao plano de saúde do Correios. Eles recebiam em 30 dias pagamentos de faturas médicas que demoravam até três meses. Em troca, Omar, seus assessores e o empregado da Cedae recebiam 20% do valor dos serviços. Em pouco tempo, outras unidades aderiram, e também novas formas de fraudes foram surgindo, como a realização de cirurgias pré-programadas como se fossem emergenciais a valores superfaturados.
A testemunha, que resolveu contar o que sabia após negociar uma delação premiada, ou seja, a diminuição da pena em troca das informações, contou ainda que Omar recebia dinheiro em casa, no posto de gasolina ou até no gabinete, e reclamava caso o pagamento demorasse. Os integrantes do bando ganhavam até R$ 100 mil por mês.A assessoria de imprensa do Correios afirmou, ontem, que o ex-gerente de Saúde da estatal Marcos da Silva Esteves, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por participação nas fraudes, foi afastado da estatal, após uma decisão judicial. Ainda segundo a assessoria, seu contrato de trabalho está suspenso.
De acordo com a nota da assessoria de imprensa do Correios, o diretor, que continua no cargo, nega as acusações feitas pela “Veja”. Ainda segundo a assessoria, a estatal não tem conhecimento de que o diretor esteja sendo investigado e afirma que o próprio Omar é que teria pedido, há um ano, as investigações hoje conduzidas pela Polícia Federal.
Uma operação de coluna de uma idosa, que custou quase R$ 1 milhão só em material, é uma das cirurgias investigadas pela PF, como o EXTRA revelou em agosto. A autorização foi assinada pelo então gerente de Saúde da estatal, Marcos Esteves.
Marcos Esteves foi afastado da gerência de saúde pela direção da empresa em abril e é um dos investigados pela Operação Titanium, da PF, que apura um esquema de desvio de dinheiro por meio de cirurgias e internações superfaturadas pagas pelo plano de saúde do Correios.
O esquema incluiria superfaturamento de material cirúrgico por empresas. O valor desviado dos cofres da estatal pelo esquema, que envolveria funcionários, fornecedores de próteses ortopédicas, hospitais e médicos, chegaria a R$ 15 milhões, de acordo com investigações em curso na PF.
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