Na dispersão do tumulto, os manifestantes saíram correndo e espalharam montes de lixo que estavam em trecho da calçada da Rua Marechal Deodoro. Ao longo da rua, havia inclusive cacos de vidro. No início da noite, já havia sido registrado um princípio de tumulto. Um policial do Batalhão de Choque teria soltado uma bomba de efeito moral no meio da multidão, que estava concentrada em frente à Câmara dos Vereadores da cidade. Logo depois da explosão, um manifestante tentou tirar satisfação com um policial, identificado como capitão, mas foi ignorado pelo militar. Ninguém ficou ferido.
Segundo a PM, mais de 2 mil pessoas estiveram no protesto, mas, segundo os organizadores, foram 4 mil participantes. Por volta das 19h45m, parte da manifestação tinha dispersado. Cem policiais acompanham a passeata, que chegou à Avenida Amaral Peixoto e, às 20h, seguia em direção ao terminal rodoviário da cidade.
Dois carros de som foram usados pelos manifestantes, que anunciaram pelo alto-falante que a prefeitura avisou que negociaria com a população. Eles estariam formando um grupo para ser recebido. Por meio de nota, no entanto, a Prefeitura de Niterói informou que chegou a designar uma comissão especial, coordenada pela secretária executiva da prefeitura, Maria Célia Vasconcellos, para receber representantes da manifestação. No entanto, segundo a mensagem, até o término do protesto, nenhum representante do movimento se apresentou para ser recebido. A prefeitura informou, ainda, que "considera democrático manifestações pacíficas que defendam causas sociais e estará permanentemente aberta ao diálogo na busca de soluções para os problemas municipais".
A concentração para a manifestação ocorreu em frente à estatua de Arariboia, às 17h, com pessoas segurando cartazes e chamando a população e usuários das barcas para a passeata. No começo, a previsão era que o grupo seguisse até a Câmara Municipal e a prefeitura, mas organizadores decidiram não fazer protestos em frente à sede da prefeitura para evitar conflitos com o Batalhão de Choque. Quinze homens do batalhão, todos com armas não letais, ficaram perfilados na Rua Visconde de Sepetiba para impedir a aproximação dos manifestantes. Eles receberam ordens para não deixar o grupo se espalhar em frente ao imóvel. PMs estavam proibindo os manifestantes de cobrir os rostos. O ato também condenou as atuais condições das barcas.
Segundo um dos coordenadores do movimento, o professor de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) Rodrigo Teixeira, de 29 anos, o objetivo era fazer com que o prefeito revogasse o decreto publicado na semana passada, aumentando as passagens dos ônibus de R$ 2,75 para R$ 2,95, assim como no Rio de Janeiro. Rodrigo Teixeira disse que o objetivo era que a manifestação ocorra de maneira pacífica, mas salientou que tudo depende do comportamento da Polícia Militar e da Guarda Municipal.
"Boi, boi, boi, boi da cara preta, abaixa a passagem ou pulamos a roleta" e "Não quero Copa, nem estádio de R$ 1 milhão, eu quero é mais dinheiro para saúde e educação" foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes.
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