TRAFICANTES JULGAM, CONDENAM E EXECUTAM

O sargento-bombeiro Nivaldo Lima Filho reconheceu como sendo do seu filho Matheus Ferreira Lima, de 16 anos, o corpo encontrado na tarde de sábado (18) numa cova, na comunidade de Grão Pará, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O bombeiro reconheceu ainda os outros dois corpos encontrados no local como sendo dos irmãos Lucas da Silva Galdino, de 17 anos, e Matheus da Silva Galdino, de 15 anos, amigos de seu filho.

Os três jovens estavam desaparecidos desde 12 de abril. Nivaldo disse neste domingo (19) ter chegado à cova por meio de denúncias anônimas, entre elas, um mapa para chegar ao local, que deixaram em sua casa. Segundo disse, "bateram muito neles".

Na noite de sábado (18), a Polícia Civil divulgou nota informando que policiais da 56ª DP (Comendador Soares), com apoio do 20º BPM e do Corpo de Bombeiros, haviam encontrado os corpos dos três adolescentes. Segundo a nota, a polícia aguarda o resultado de exames no Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu para confirmar se os corpos são dos jovens desaparecidos.

Mas Nivaldo disse não ter dúvidas de que os mortos são mesmo os três amigos, todos moradores do bairro Aliança. "Deu para reconhecer pela roupa. Meu filho estava de calça comprida e os irmãos de bermudas", contou.

Segundo Nivaldo, Lucas teria uma namorada com quem brigava muito. A família da garota, ainda de acordo com ele, invadiu um conjunto habitacional na localidade Ipiranga, deixando o bairro Aliança. Preocupada com o namoro, a mãe da jovem pediu para Lucas ir ao conjunto habitacional falar com ela. Lucas concordou, mas seu irmão, preocupado, resolveu ir junto.

"Meu filho era muito amigo do Pitoco, apelido do Matheus Galdino, e ele disse 'Se o Pitoco vai, eu vou também'. Eles foram e desapareceram. Quando eu soube, pensei logo: 'Mataram eles'. Isso porque tem boatos de que traficantes proibiram os moradores do Aliança de ir ao Ipiranga", disse Nivaldo.

Em nota da polícia, o delegado André Pieroni, titular da 56ª DP, disse que as investigações para identificar os envolvidos no caso dos adolescentes estão bem avançadas.

"Meu filho era um garoto de casa. Criado com toda decência e educação. Uma pessoa boa. Foi a pessoa que tive mais prazer de conhecer na vida. Ele era meu tudo, eu queria que ele fosse bombeiro como eu, eu amo minha profissão, que me deu tudo o que tenho, que me formou", disse Nivaldo, que tem ainda uma filha e uma neta.

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