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Seleção argentina de 1955 |
Não é a primeira vez
que Chile e Argentina decidem a Copa América. Em 30 de março de 1955, as duas
equipes entravam em campo para disputar o título em uma partida que ficou para
a história pela confusão fora das quatro linhas. A aglomeração de pessoas, que
forçaram a entrada no estádio Nacional, resultou em uma confusão generalizada e
culminou com a morte de sete pessoas, além de outras 50 feridas, segundo o
relato do jornal A Gazeta Esportiva da
época.
A partida valia o
título da 23ª edição do torneio sul-americano, com o regulamento um pouco
diferente, e teve a vitória da Argentina por 1 a 0. Na ocasião, o Chile também
era a sede da competição, e o embate decisivo aconteceu no mesmo palco da
próxima final, no sábado. A seleção chilena nunca havia conquistado a taça
continental. Por sua vez, a Argentina já tinha levantado, antes de 1955, o
troféu nove vezes.
O jogo estava marcado para
começar às 20h (horário local), porém, desde o início da tarde, o estádio já
estava abarrotado de torcedores chilenos, muitos deles sem ingresso.
A partida por pouco não ocorreu. Os organizadores do torneio
começaram a retirar do estádio aqueles que estavam sem ingresso. Ainda assim, o
estádio comportou mais torcedores do que a sua capacidade total - de 55.100
pessoas - permitia.
O sistema do torneio em 1955 era diferente do modelo atual. Na
época, todas as seis seleções que disputavam a competição jogavam entre si.
Deu-se que, na última rodada, Chile e Argentina se enfrentaram com o mesmo
número de pontos. Ou seja, quem ganhasse a partida, que passou a ser tratada
por todos como "final", seria o vencedor do torneio.
A seleção chilena tinha
ainda duas vantagens: além de contar com Enrique Hormazábal, eleito melhor
jogador da competição, a equipe poderia ser campeã empatando o jogo, pois
levava vantagem no saldo de gols, que era o primeiro critério de desempate.
Todos os fatores faziam com que os torcedores locais tivessem
muita confiança em um triunfo chileno. A partida foi bastante parelha, até que
aos 14 minutos do segundo tempo, o atacante Rodolfo Micheli, artilheiro da
competição em 1955, marcou o gol da vitória da Argentina, que conquistou seu
décimo título.
A seleção chilena, que nunca conquistou nenhum título da Copa
América, e a Argentina, 14 vezes campeã da competição, mas que não ganha o
campeonato sul-americano desde 1993, se reencontram no mesmo palco da histórica
partida disputada há 60 anos.
Desta vez, o craque da competição, Lionel Messi, veste a camisa
albiceleste, todavia, torcedores, imprensa e os próprios jogadores chilenos
apontam essa seleção como sendo a melhor geração de todos os tempos do país.
Certamente, uma grande
partida espera os 55.100 privilegiados que, com ingresso, assistirão de perto
ao próximo capítulo desta história sendo escrito. E não há vantagem em campo.
Se houver empate, a decisão será na prorrogação e, mantida a igualdade, nos
pênaltis.
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