O inferno astral do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, parece não ter fim. A Assembléia Legislativa do Estado (Alerj) será palco do novo episódio envolvendo o crescimento cinematográfico do faturamento do escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados, cuja sócia-presidente é Adriana Ancelmo, mulher do chefe do Executivo estadual. A oposição ao governador vai cobrar explicações sobre o faturamento da primeira-dama com pedido de investigação ao Ministério Público (MP).
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, solicitará ao MP pedido de investigação. "Os números deixam claro que o número de empresas relacionadas ao estado que passaram a ser clientes do escritório aumentou assustadoramente depois que Cabral assumiu o governo. Esse enriquecimento beneficia, direta ou indiretamente, o governador, o que fere a lei de improbidade administrativa", disse Freixo ao blog O Carioca online.
A reportagem mostra que o "milagroso" progresso no escritório da mulher do governador coincide com o início do seu mandato. Em 2006, ano em que Cabral foi eleito governador, a empresa tinha receita anual de R$ 2,1 milhões – valor que subiu para R$ 9,5 milhões ano passado. O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) lembrou que, no passado, a OAB não viu ilegalidade no fato de Adriana ser sócia de um escritório de advocacia que tem entre seus clientes empresas relacionadas ao governo. Para o tucano, contudo a primeira-dama e seus sócios levam vantagem evidente em relação à concorrência. "Há no mínimo uma competição desigual, porque outros escritórios não têm a relação de proximidade com o governo que ela tem. Não podemos esquecer que estamos falando de concessionárias do estado.
Ninguém pode impedir ninguém de exercer sua profissão, mas o que se está discutindo é uma concessionária contratar uma advogada que é a primeira-dama" conta o tucano ao blog O carioca online. Para a deputada Janira Rocha (PSOL), os dados publicados pelo blog O Carioca online são suficientes para um pedido de CPI na Alerj. Janira afirmou ao blog que vai se reunir com parlamentares de oposição para propor a criação da comissão para apurar o que classifica como "favorecimento". "É, no mínimo, uma imoralidade a primeira-dama ter relações profissionais com concessionárias do estado. O favorecimento está claro. E isso tem que ser apurado em uma CPI", disse Janira ao blog O Carioca online que também acionará o MP. Quando vieram a público os rega-bofes de Cabral e sua turma em Paris, conhecida como a Gangue dos Guardanapos, denunciadas pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR), Adriana também foi flagrada em fotos com amigas exibindo seus sapatos Christian Loboutin, de R$ 10 mil, usados pelas personagens do seriado de TV Sex & the city.
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