Putin: Presidente da Rússia desafia EUA a apresentar à ONU provas sobre Síria.
Em pronunciamento na Casa Branca, o líder americano afirmou que, apesar de ter a autoridade para tomar essa decisão sozinho e acreditar que os EUA deveriam retaliar, é importante fazer um debate e uma votação no Congresso. O legisladores voltam do recesso em 9 de setembro.
Obama tomou a decisão apesar de, na quinta-feira, o Parlamento britânico ter rejeitado o pedido do prêmie David Cameron para que autorizasse uma ação militar.
O líder americano disse esperar que o Congresso endosse sua decisão de lançar um ataque. "Não podemos fingir que não vimos o que aconteceu na Síria", afirmou Obama, reiterando que uma ação é necessária pelo fato de Damasco ter descumprido normas internacionais sobre armas químicas.
Ele também desafiou os legisladores a considerar "qual mensagem enviaremos a um ditador" se ele tiver a permissão de matar centenas de crianças com armas químicas sem sofrer nenhuma retaliação.
Na sexta-feira, os EUA divulgaram um relatório de inteligência afirmando que o ataque químico lançado pela Síria deixou 1.429 mortos ,incluindo 426 crianças. O governo sírio nega ter realizado a ação e responsabiliza os rebeldes que há mais de dois anos e meio tentam depor o regime.
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Para Obama, o ataque químico é uma ameaça ao mundo e aos interesses dos EUA na região, afirmando que o uso de armamento não convencional pela Síria ameaça Israel e Jordânia - aliados americanos no Oriente Médio. Obama reiterou que qualquer ação militar contra a Síria seria limitada em duração e forte para deter quaiquer novos ataques químicos.
O pronunciamento de Obama foi feito no mesmo dia em que inspetores da ONU, que investigavam o suposto uso de armas químicas, deixaram a Síria . Eles já chegaram à Holanda, onde entregaram as amostras coletadas durante quatro inspeções no país árabe à Organização para Prevenção de Armas Químicas, em Haia.
A ONU afirmou que seus inspetores realizaram uma ampla atividade de verificação de fatos, mas seu mandato é limitado à determinação de se armas químicas foram usadas ou não, e não sobre quem é o responsável.
Desafio russo
Previamente ao pronunciamento de Obama, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, desafiou os EUA a apresentar à ONU as provas de que a Síria era responsável pelo ataque. Putin afirmou que "não fazia nenhum sentido" o governo sírio provocar seus oponentes com ataques desse tipo.
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"Se há provas, deveriam ser mostradas. Se elas não são mostradas, não existem", disse, acrescentando que o fracasso americano em expô-las à comunidade internacional era "simplesmente um desrespeito".
Aliado-chave da Síria, a Rússia também alertou que "qualquer ação militar unilateral ignorando o Conselho de Segurança da ONU" seria uma "violação direta do direito internacional".
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Falando de Vladivostok, no leste da Rússia, Putin conclamou Obama, como um ganhador do Nobel da Paz, a pensar sobre as vítimas futuras da Síria antes de recorrer ao uso da força. Ele também disse que era ridículo sugerir que Damasco seria o responsável pelo ataque, classificando-o de uma "provocação daqueles que querem arrastar outros países ao conflito sírio".
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"As tropas do governo sírio estão na ofensiva e cercaram a oposição em várias regiões", disse. "Nessas condições, dar uma vantagem àqueles que pedem uma intervenção militar é totalmente sem sentido."
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